20/04/13

Direitos


– Não voltes a ligar. Quando eu puder ou quiser, eu telefono!
Aquele «quiser» ressoava-lhe na cabeça, quando pegou no livro e se refugiou no extremo da praia.
Leu o mesmo parágrafo diversas vezes, até conseguir serenar o espírito e embrenhar-se no conteúdo das palavras.
Uma frase fê-la interromper a leitura «não há nada nem ninguém, que tenha o direito de te entristecer».
Sorriu e apagou do telemóvel o número daquele que, talvez um dia, lhe quisesse ligar.

Quita Miguel, 53 anos, Cascais

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